Mortalha
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Marcadores...!
Sou um grande fã dos marcadores.
Nunca, em toda minha vida, encontrei um material pra arrematar um desenho - principalmente se for algo pessoal, um rascunho descompromissado no sketchbook - tão agradável quando os marcadores Copic. Gosto muito da aquarela e de técnicas mistas, também, mas nada é tão prático e agradável quanto os marcadores...
Confesso que, pra mim, eles não têm muita utilidade profissional, já que nunca vendi nenhum comission nem fiz nenhum trabalho publicitário/didático com eles.
Talvez alguns outros tipos de artistas (como pessoas que trabalham mais com croquis ou storyboards) possam usá-los no seu dia-a-dia - e talvez eu mesmo, um dia venha a fazer trabalhos pagos com eles-, mas admito que são um material bem mais passional do que profissional.
O único conjunto que tenho, de 24 cores, comprei com o amigo Mario Cau, de uma loja americana. Eram bem mais acessíveis do que os marcadores importados são em lojas aqui em Campinas ou em São Paulo, um preço relativamente bom. O problema é que a compra acabou sendo sobretaxada na importação e acabei pagando 60% a mais sobre o valor. Aí ficou bem mais cara, mas mesmo assim, individualmente, as canetas eram mais baratas do que se fossem compradas aqui no Brasil.
Acontece que o marcador Copic é ideal pro tipo de pintura que eu gosto de fazer. Têm uma transparência legal, tons agradáveis, têm um mistura/sobreposição legal entre os tons...
É claro que esse gosto é pessoal, dependendo do tipo de trabalho de cada um.
Mas segue uma análise pessoal:
Magicolor ☆☆☆
Os marcadores Magicolor são mais barato aqui no Brasil, disparados, de fabricação nacional. Eles têm uma tinta pesada, e um traço mais duro. Não se dão muito bem com técnicas de manchar com thinner. A ponta chanfrada é legal pra muitos usos, mas eles não têm uma boa transparência, nem durabilidade...
Tombow ☆☆☆☆
Gosto muito do formato pincel do feltro dos marcadores Tombow (feitos no Japão), mas eles não têm uma boa mistura de cores e também têm uma tinta meio pesada, não muito transparente. Eles não se dão bem com outros marcadores... Desaconselho vocês a usarem, por exemplo, num mesmo desenho, marcadores Tombow e marcadores Magicolor. Fora isso eles são bons pra quem quer fazer uma pintura mais pesada, homogênia, traços estilo sumi-ê...
Prismacolor ☆☆☆☆
Tenho pouquíssimos, então não posso falar muito sobre eles. A Prismacolor é uma marca inglesa, de tradição. Os marcadores deles são muito bons, e têm uma boa mistura e boa transparência. Os que tenho, são chanfrados, então são úteis para massas de cor mais soltas, mas se você estiver tentando fazer um degradê sutil, vai ser mais complicado, ele vai ficar muito sujo, marcado... Mas se você tiver um "blender" (marcador branco) acho que deve funcionar melhor.
Copic ☆☆☆☆☆
São meus favoritos, obviamente. Os que eu tenho, possuem uma ponta pincel e a outra ponta chanfrada (portanto dá pra tanto aplicar massas de cor quanto pinceladas mais soltas...). Eles têm uma ótima transparência, e mesmo que você não tenha um "blender", consegue fazer um degradê sutil. A tinta deles é bem suave, tem uma mistura boa de tons... Não é à toa que um monte de artista por aí, como o Masashi Kishimoto, têm os seus trabalhos feitos com marcadores Copic confundidos com aquarela. Já fiz experimentos muito legais misturando técnicas de marcadores Copic com lápis de cor, e manchando eles com thinner, pra dar um efeito ainda mais aquarelado. O grande problema é que a carga de tinta dos marcadores Copic (ou pelo menos da linha que eu tenho, que é a "Sketch"), acaba muito rápido. Preciso urgentemente de refis.
Mas o que interessa realmente (e e uma das razões de eu ter feito o post) é que parece que os marcadores Copic estão sendo trazidos para o Brasil por um distribuidor aparentemente oficial. Estão inclusive fazendo pesquisa através do twitter, por tanto eu aconselho que todos os interessados sigam @copicbrasil e respondam às perguntas sobre valores e usos de marcador, pra, de repente, termos marcadores por um preço justo aqui no Brasil.
Vale investir na possibilidade!