Mortalha

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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mato sem Cachorro: Capítulo I



Acho que a expressão é bem essa. Estar no mato,com tudo pronto e certo, e só te faltar o cachorro pra terminar a caçada...

Nos últimos meses, tenho visto as propostas de trabalhos freelance aumentarem, não só em quantidade como em qualidade. Agências e editoras maiores têm vindo até mim, buscando, por exemplo, usar os meus trabalhos em pixelart e estilizações mais puxadas para o mangá. Fico muito feliz por isso! \o/
Mas essa alegria vem acompanhada de uma preocupação...

Um desenhista com ambições, aqui no Brasil, tem que prever a necessidade de emitir notas fiscais, quando estiver trabalhando com empresas maiores. A não ser que você esteja trabalhando com um estúdio com CPNJ que possa a emitir a nota por você, você vai precisar abrir a sua própria empresa.

Recentemente peguei dois grandes trabalhos grandes: um com uma editora didática, outro com uma agência, direcionado a um cliente grande. São os maiores trabalhos individualmente que peguei, e requerem NFs. Antigamente, ou eu dependia da boa vontade dos clientes pequenos no ato do pagamento, ou não me preocupava com essa burocracia do pagamento (quanto era contratado por um estúdio, ou somente para parte do serviço, como colorização ou arte-final). Mas não é bem o caso quando você trabalha sozinho e direto com uma grande editora, por exemplo. Eles têm um sistema legal e financeiro já estabelecido, e você precisa se enquadrar neles.

Enfim, vou precisar abrir uma empresa em meu nome. Não posso mais depender da ajuda de estúdios, boa vontade de clientes ou cair em armadilhas como a RPA (Recibo de Pessoa Física), que dá uma trabalheira tanto para quem está pagando quanto para quem está recebendo.
Um profissional autônomo como eu, geralmente iria optar pela categoria de empresa MEI (microempreendedor individual) - como pretendo fazer. Mas logo de cara surgem problemas graves como o fato de a profissão "ilustrador" (bem como qualquer categoria de trabalho, segundo eles mesmos, "intelectual" ou artístico) não ser contemplada dentro dessa categoria. E ainda tem a limitação de ganhos anual (que está ok dentro dos meus ganhos atuais, mas pode ser um problema daqui a alguns anos...), e ter de cuidar de toda a burocracia sozinho. Tenho colegas que estão tendo uma boa experiência com o MEI, e também tenho colegas que tiveram problemas, e que sofreram para cancelar o registro da empresa.
E aí, o que fazer?

Fui obrigado a entrar em contato com um contador. Estou passando todas as minhas dúvidas para ele e estudando possibilidades. Não quero ser empurrado para uma categoria de empresa maior do que os meus ganhos atuais, mas também não quero passar por problemas na abertura de empresa no MEI.
Vamos ver o que acontece...

Fiquem ligados, nesse mesmo canal, nesse mesmo horário, no próximo capítulo.